Negligentes
São aqueles que não têm disposição de corrigir comportamentos inadequados ou de se dedicar aos filhos, além disso, podem ter dificuldade para criar e manter vínculos afetivos.
Mesmo quando ficam em casa, com a família, os desligados parecem não estar ali de corpo e alma, ou seja, assistem televisão, falam ao telefone, fazem de tudo, menos interagir de verdade. Normalmente, até vêem as necessidades materiais dos pequenos, mas não a carência de afeto. Geralmente sempre repetem: “Agora não, estou ocupado”.
Os filhos: como não se sentem amados para valer, tendem a não se valorizar, o que vira sinônimo de baixa autoestima. Além disso, a falta de uma presença mais marcante dos adultos é capaz de torná-los candidatos a desenvolver depressão e distúrbios de ansiedade. Podem ainda, ter dificuldade em manter relacionamentos caso acabem copiando, sem perceber, o modelo paterno ou materno.
Especialistas: em primeiro lugar, esses pais devem tentar fazer parte da rotina das crianças e se interessar mais pela vida delas. Que tal conhecer os amigos, levá-las à escola e sugerir passeios? São boas maneiras de reforçar os laços afetivos.
Participativos
São aqueles que fazem questão de estarem presentes no dia a dia da criança e de expressar seu amor com afagos e elogios e sabem pôr limites. Estabelecem regras e, em alguns casos, até abrem espaço para a negociação, pois gostam de ouvir as idéias e argumentos dos filhos. Transmitir valores faz parte da personalidade deles.
Os filhos: geralmente, têm facilidade para fazer amizade e lidar com as diferenças, pois aprenderam a considerar a opinião alheia. Também demonstram capacidade de se colocar no lugar do outro e tendem a ser afetuosos e sinceros. Além do mais, como ouviram alguns “nãos” necessários durante a infância, quando se tornam adultos entendem que a vida não é feita só de alegrias e geralmente conseguem passar por frustrações, inevitáveis para todo mundo, sem fazer disso uma tempestade.
Especialistas: embora não exista uma receita para educar os filhos, a postura que combina participação, carinho e limites é apontada pelos especialistas como a mais adequada para uma formação saudável.
Permissivos
Esses pais não se sentem preparados para educar os pequenos e não têm certeza sobre as melhores atitudes a tomar em cada situação e acabam por ceder à pressão do momento. Em geral, trabalham muito e, quando estão em casa, querem compensar a ausência com o excesso de mimos.
Alguns passaram por privações na infância e desejam oferecer à família tudo o que não tiveram. Não é raro que esses pais deem o carro nas mãos do filho de 16 anos ou permitam que uma menina de 12 fique na rua até tarde.
Os filhos: Eles podem ficar com a autoestima elevada até demais. Os pais devem tomar cuidado para não acabar, sem querer, criando indivíduos que se acham melhores do que os outros, o que dificulta as relações sociais e a evolução profissional no futuro. Afinal, pessoas assim, não costumam reagir bem a críticas, inevitáveis no mundo do trabalho e nos relacionamentos.
Especialistas: antes de tudo, esses pais precisam trabalhar a culpa de não poder estar sempre em casa pilotando a vida das crianças.
Autoritários
Perfil: controlam com mão de ferro a rotina da casa, ditam regras e gostam de mandar mesmo nas horas de lazer. Beijos e abraços são raros, pois imaginam que as demonstrações de afeto “estragam” os pequenos. Suas frases favoritas são: “Você vai fazer isso porque estou mandando” e “Engula esse choro agora”. Foram educados assim e pretendem repetir o modelo com a nova geração por acreditar que, se funcionou para eles, vai dar certo de novo.
Os filhos: em geral, tendem a ser submissos, já que temem as poderosas figuras paternas, e podem ter dificuldade em soltar as asas e deixar fluir a criatividade. Outra possibilidade é se tornarem pessoas bastante tímidas. Por outro lado, correm o risco de ficar agressivos, brigando com todo mundo, primeiro na escola e depois, já mais velhos, no trânsito, no trabalho, com a mulher, os filhos…
Especialistas: essa atitude pede ajustes urgentes. O ideal é tentar dialogar mais com as crianças e abrir espaço para que elas possam se expressar. É importante investir em carinhos e elogios e também repensar as exigências.